Se há coisa pela qual somos loucos aqui na Wiz é por música. Por isso desde há 3 anos abraçamos com especial entusiasmo o projecto da plataforma online do Concurso EDP LIVE BANDS. A iniciativa divulga e promove bandas amadoras – e premeia a grande banda vencedora com uma actuação no Festival NOS ALIVE, no Festival Bilbao BBK Live – e ainda a edição de um disco pela Sony Music.

Live!

A Homepage: este ano a iniciativa acontece também no Brasil

Depois de dois anos em Portugal, em 2016 o EDP Live Bands arrancou com a primeira 1ª edição no Brasil em simultâneo com a 3ª edição portuguesa – e a cada ano que passa os números são cada vez mais surpreendentes:

  • de 300 para mais de 1.100 bandas inscritas
  • de 20.000 para mais de 80.000 votos de pessoas únicas
  • de 100.000 para mais de 550.000 visitas ao site (durante o período de um mês)

O que conta é mesmo a música e por isso as regras são bastante simples:

  1. As bandas inscrevem-se com as suas informações e vídeos;
  2. O público e um Júri especializado votam nas bandas para eleger finalistas;
  3. As bandas finalistas actuam num concerto onde é eleita a grande vencedora;
  4. A grande banda vencedora actua nos tais festivais e edita um disco e ganha fama e fortuna e vive feliz para sempre a fazer aquilo que mais gosta na vida (poderá haver algum exagero neste tópico);

Mesmo com regras simples o nosso desafio é exigente e, ao longo das três edições dos últimos três anos, temos trabalhado continuamente em diversas frentes para proporcionar uma experiência cada vez melhor às bandas, ao júri e ao público votante. Mais concretamente, temos trabalhado:

  • No desenvolvimento do Backstage (a área privada das bandas) – que lhes permite por exemplo gerar os seus próprios cartazes (.pdf) e imagens para posts e perfis de social media, no fundo “materiais promocionais” para angariação de votos;
  • No aperfeiçoamento de um Backoffice fluído e funcional – para a organização do evento aprovar ou rejeitar bandas e controlar os votos;
  • Na garantia da qualidade e idoneidade do concurso – reforçando a rapidez de resposta do site, a capacidade de suportar picos de tráfego e a robustez do backend para “aguentar” todas as (muitas) tentativas de hacking;
  • Na visibilidade da iniciativa – com trabalho de desenvolvimento de conteúdos, Search Engine Optimization e funcionalidades de partilha nas redes sociais;
Live!

As bandas finalistas em concerto

A expansão do Concurso EDP Live Bands para o Brasil subiu muito a parada (em bom brasileiro) e o desafio tem sido tão árduo quanto recompensador. É bom ver (e sobretudo ouvir) a qualidade das bandas participantes e pensar que, algures ali atrás nos bastidores, há uma pequena mãozinha da Wiz que também tem ajudado a dar um empurrão aos artistas que mais merecem.

Visitem o site EDP Live Bands.

Nestas últimas semanas andámos aqui a recrutar um copy. Felizmente já o encontrámos e estamos agora a fechar os pormenores da contratação.

Como podem compreender, é-me humanamente impossível dar feedback personalizado a toda a gente. É uma coisa que me chateia, por isso escrevi este texto longo e chato. Foi a forma que encontrei para tentar retribuir um pouco a todos os candidatos que levaram um não.

Então recebemos mais de 60 candidaturas neste processo de recrutamento. Um número que nos impressionou bastante, especialmente tendo em conta a forma como conduzimos o processo – com um conjunto de exercícios que “dão mais trabalho” do que simplesmente enviar um CV e um Portfolio.

Começando pelo princípio, lançámos 3 exercícios. Para quem não os apanhou, estão aqui. O processo de candidatura consistiu em resolver um, dois ou os três desafios. É importante referir que não haviam respostas certas nem erradas – e que os desafios que cada candidato escolheu para resolver foram desde logo uma grande ajuda para compreender a motivação e o empenho de cada um.

Posto isto, acredito que compreender os exercícios poderá ajudar-vos em situações semelhantes no futuro e por isso passo a explicá-los um pouco melhor.

O primeiro exercício consistiu em resumir um texto para praticamente metade do seu tamanho original. O objectivo: avaliar a capacidade de sumarizar e sintetizar, a capacidade de reter as ideias essenciais e o equilíbrio entre usar palavras e expressões novas – ou manter as originais.

O segundo exercício consistiu em resolver um briefing mais ou menos semelhante aos que encontramos no dia-a-dia. O exercício foi concebido para avaliar várias coisas diferentes: a) a capacidade de interpretar correctamente um briefing e de perceber exactamente o problema em mãos; b) a criatividade para encaixar ideias antagónicas (pais, filhos e sexo) tanto no conceito como na mecânica de funcionamento; c) a capacidade de criar um nome; d) a capacidade de explicar claramente uma ideia por escrito; e) o conhecimento do formato Facebook Ad (e/ou a vontade de investigar as limitações deste formato); f) por último, mas não menos importante, as recomendações genéricas para este hipotético cliente – revelaram um pouco da costela estratégica de cada candidato.

O terceiro exercício consistiu em criar três posts ou conteúdos “social media”, sob um mesmo tema, para três das marcas que trabalhamos actualmente. São marcas muito diferentes no seu tom e o objectivo foi avaliar tanto a versatilidade criativa como a capacidade de adequação ao tom que as marcas já praticam.

Lançado o desafio, a grande maioria das candidaturas vieram de pessoas com alguma experiência na área. Realmente impressionante foi o facto de um quarto dos candidatos que se empenharam em resolver os exercícios trabalharem e/ou terem experiência não nesta área, mas noutras completamente diferentes: Museologia, Banca, Finanças, Gestão e Administração, Recursos Humanos, Fisioterapia e Massagem, Jornalismo, Rádio, Guionismo, Realização, Encenação, Interpretação Artística, Música e até Comédia.

No meio disto tudo, para todos os candidatos que ouviram um não – mas especialmente para vocês, pessoas que (ainda) desconhecem a vida numa agência – gostaria de deixar uma mensagem de incentivo.

Sejam duros e nunca desistam.
Pelo que se vê nos case studies e blogs das agências, é fácil imaginar que esta é uma profissão encantadora: que temos a informação e o tempo que são precisos para pensar nos problemas, para ter algumas ideias assim-assim e para chegar a uma grande revelação “shã-nããã” que toda a gente (incluindo o cliente) compreende, concorda, aceita e compra.

Era bom que assim fosse e sim, até há algum glamour no meio disto tudo. No fundo usamos mais t-shirts, ténis e óculos de massa do que a maioria, trabalhamos num ambiente menos formal e com pessoas mais coloridas – e às vezes até aliviamos algum do nosso stress de formas menos convencionais.

Mas a realidade é que a vida nesta área é difícil e fazer isto todos os dias é mais duro do que parece.

Diária e consistentemente temos de criar e apresentar muitas, muitas ideias. Até aqui tudo bem. Só que a maior parte dos “nossos bebés” acaba literalmente no lixo sem dó nem piedade – e uma boa parte das ideias que sobrevivem acabam mutiladas ou deformadas no processo. Um criativo de profissão tem de dominar, antes de tudo o resto, a rejeição e a frustração. Tem de canalizar essa energia para fazer melhor da próxima vez – e viver com (alguma) sanidade mental até ao próximo dia. Tem de ser duro e nunca desistir.

Isto porque para muitos, muitos dias de suor e lágrimas há, de quando em vez, um dia bom. O dia em que o teu melhor trabalho sai para a rua (mais ou menos) ileso. O dia em que “a internet” reage como previste ou ainda melhor, com mais emoção. O dia em que o teu director, o teu cliente, o teu público, a tua concorrência e até a tua avó te dão os parabéns, porque fizeste qualquer coisa que tocou as pessoas, que as fez pensar, que ajudou a resolver um problema ou a vender um produto que vale a pena. Nesse dia, este é o melhor trabalho do mundo.

A imaginação treina-se, a criatividade aprende-se e a escrita pratica-se.
A dureza não. A dureza tem que nascer com vocês.
Por isso sejam duros e nunca desistam.
Os dias bons não tardarão em chegar.

Obrigado a todos por alinharem nesta maluquice.